Friday, October 24, 2008

Preciso reciclar esse blog e a poesia.
Mas fica proutro dia. aushahsiah

Monday, June 18, 2007

Sonho...



"Sonho.
Não sei quem sou neste momento.

Durmo sentindo-me. Na hora calma
Meu pensamento esquece o pensamento,
Minha alma não tem alma.

Se existo é um erro eu o saber. Se acordo
Parece que erro. Sinto que não sei.
Nada quero nem tenho nem recordo.
Não tenho ser nem lei.

Lapso da consciência entre ilusões,
Fantasmas me limitam e me contêm.
Dorme insciente de alheios corações,
Coração de ninguém."

Fernando Pessoa, 6-1-1923

Thursday, June 14, 2007

Menina

Vazio, solidao e duvida
Duvida, solidao, vazio e indecisao.
Ela fica ali no cantinho
Sentada
Encolhida
Apavorada
Perdida na sua solidao
Ocupada do seu vazio
Metida na sua tristeza
No fundo da depressao
Ela mede cada escolha
Se sente cansada
E ao mesmo tempo nada tem mais a minima importancia
No fundo nada faz mais a menor diferenca
Sofre calada
Trancada
Angustiada
Encurralada
No escuro do fundo dela mesma
Se afogando aos poucos nas suas atitudes
Incoerentes
Displicentes
Indecentes
E o que se passa dentro dela
Porra ninguem nunca vai entender
Ela so quer ficar embaixo do meu edredon
Mas ela vai ter que aprender
A conviver com o lado de ca
A se acostumar com o lado de fora
Sem se envergonhar
Nem querer ir embora
Mas ela espera o tempo passar
E a coisa toda so piora
Dia apos dia
Hora apos hora
Apos hora
Apos hora
E ela chora
No escuro
E em silencio.

(B)

Wednesday, June 06, 2007

Eu e meu gato


"Mas um dia desses eu vou fugir de casa e não volto, e não volto
Vou bater as asas, só vou levar comigo o retrato do meu gato

Companheiro dessa minha melancolia,
E você me pede prá ter paciência e juízo, e juízo
Mas o que eu gosto é de andar na beira do abismo
Arriscando minha vida por um pouco de emoção

Eu e meu gato, ele na cama, eu no telhado, ele sem as botas e eu sem grana..."

Friday, March 23, 2007

Is it just me?

"They'll throw opinions like rocks in riots
And they'll stumble around like hypocrites
Is it just me or is it dark in here?
Well you may never be or have a husband you may never have or hold a child
You will learn to lose everything we are temporary arrangements"

(No pressure over capuccino)


...

Friday, June 09, 2006

Little wing

Now she's walking... through the clouds...

......... With a circus mind that's running wild...

Thursday, June 01, 2006

Clarisse.

Quem diz que me entende nunca quis saber...
Das lembrancas dos sonhos que se configuram tristes e inertes
Como uma ampulheta imovel nao se mexe nao se move...
E Clarisse esta trancada no banheiro. E a dor eh menor do que parece...
..Se esquece que eh impossivel ter na vida calma e forca.
Tentar se forte a todo e cada amanhecer.
Ninguem me entende nao me olhe assim...
com esse semblante de bom samaritano.
Como se toda essa dor fosse diferente, ou inexistente. Nada existe pra mim.
Voce nao sabe e nao entende.
Clarisse sabe que a loucura esta presente.
E sente a essencia estranha do que eh a morte.
Mas esse vazio ela conhece muito bem.
Mas o mundo continua sempre o mesmo.
A falta de esperanca e o tormendo.
Nada eh justo.
Pouco eh certo.
Verdade eh o avesso. Alegria ja nao tem
mais endereco.
Clarisse esta trancada no seu quarto.
Seus livros e seus discos. seu cansaco.
Eu sou um passaro... e esperam que eu cante como antes
Mas um dia eu consigo existir. E vou voar pelo caminho mais bonito...

Saturday, May 20, 2006

Falta de criatividade - Excesso de identificacao

Texto extraido dum outro blog q eu esqueci o nome. Sue me.

Águia



Vestiu-se de águia antes de sair de casa, não dando a mínima para os olhares estranhos da família ao passar pela sala de estar. Era tão boa a idéia de voar que compensava qualquer esforço. De vez em quando chacoalhava as costas só para sentir as asas vibrando, faziam cócegas e imaginava que levaria alguns dias para se acostumar à nova vestimenta. O sol estava radiante e por um instante sombrio lembrou-se de Ícaro, depois apertou o passo e correu na direção da ponte. No caminho comprou uma garrafa de vinho e uma baguete que acomodou por debaixo da asa esquerda. Pensava em comemorar o seu primeiro vôo. A grama em contato com os pés despidos fazia miúdas cócegas, como se alguém ficasse a provocá-la com uma pena, desacelerou para escutar o quebrar de finos gravetos sobre seus calcanhares, a pele do pé estava afinando e vez ou outra uma pontada lancinante de dor lhe subia pelas pernas, colocou de volta os sapatos.

Acomodou a garrafa de vinho perto do córrego para preservar o frescor e livrar-se do peso que esta assumira, tinha a vaga memória de que uma garrafa pudesse pesar tanto. A baguete ficou recostada entre galhos de uma robusta figueira, longe das malditas formigas. Tinha uma tarde inteira pela frente, e o grande momento tantas vezes em pensamento calcado podia ser agora posto em prática, aproximou-se do desfiladeiro e olhou para o infinito buraco sentindo uma certa tontura, controlável e esperada, colocou os pés juntos e colados na borda, retesou o corpo, fechou os olhos e deu um passo largo para trás, e mais um, e outro e mais outro, por fim parou, agachou-se, pegou uma pedra e marcou o ponto de partida. Um impulso viria bem a calhar.

Não contava com esse sol escaldante às duas da tarde, e senta embaixo da figueira apreciando a paisagem, uma coceira esquisita nas costas, se contorce mas seus braços já não tem a mesma maleabilidade, consegue no máximo abri-los retos num ângulo de quarenta e cinco graus com as costas, encosta-se um pouco mais ao pé do tronco e roça as costas mexendo os ombros pra lá e pra cá. Cochila por meia hora nauseabunda de calor e acorda sedenta, meio gole de vinho lhe cairia bem e sobraria ainda um bocado para a comemoração final. Mal consegue acomodar o abridor entre seus dedos para sacar a rolha, apóia o gargalo na boca com volúpia e se contorce num cuspe, que gosto horrível, mergulha a garrafa de vinho no riacho avermelhando a correnteza, depois a enche de água e agora sim saboreia um gole de água fresca. Ri de si mesma ao pensar na cara dos outros ao vê-la flanando no desfiladeiro. O processo argilosamente tramado, foram meses para a confecção das asas de penas de gavião, compradas pelo correio e enviadas para a casa de uma amiga, a fim de não levantar suspeitas. Quem poderia compreender um desejo assim ardente de voar.

Caminhou um pouco pelos arredores procurando por ninhos de formigas, hábito este que tinha desde criança, pra depois seguir as trilhas e imaginar-se um animal pequenino carregando duas ou três vezes... quanto era mesmo o número de vezes do seu próprio peso que uma formiga podia carregar, os números lhe aborreciam, o sentido estava escondido nas letras. Ela, uma formiga destemida e apressada se aventurando por caminhos tortuosos. Todo essa caminhada abrira-lhe o apetite e lembrou-se da baguete, a salvo no alto do galho a despeito de sua consideração pelo mundo formicídeo, desembrulhou o papel e começou a catar com os dedos a cobertura de gergelim, para logo em seguida dar ávidas dentadas nessa crosta crocante, dando-se por satisfeita ao ver diante de si a baguete desnuda.

Satisfeitos os instintos primários era chegado o momento, se moveu com dificuldade e estranhou o incômodo dos sapatos, os pés mal se acomodavam nesses tênis surrados. O corpo visivelmente mais leve cambaleava um pouco para um lado e para o outro, dava crédito à emoção. Chegou junto no ponto de partida ainda cedo marcado, mas seus passos haviam encolhido, a emoção de novo! Respirou fundo e pensou no seu futuro brilhante, correu em linha reta e pulou, em queda livre desesperada desvencilhou-se da fantasia e bateu asas, sim bateu asas e rompeu os sapatos velhos deixando a mostra garras afiadas. Por cima do ombro o reflexo da brancura das asas fez-lhe contrair os olhos, e em seu último pensamento racional bateu asas, era uma esplendorosa águia a voar no meio do precipício.

19-05-06...

Saturday, April 15, 2006

Chose Life.

"Escolha a sua vida. Escolha um emprego. Escolha uma carreira. Escolha uma família. Escolha a porra de uma televisão grande, escolha máquinas de lavar roupa, carros, aparelhos de CD's e abridores de lata elétricos. Escolha boa saúde, colesterol baixo e seguro dentário. Escolha novos pagamentos de hipoteca com juros baixos. Escolha um lar para começar a vida. Escolha amigos. Escolha roupas confortáveis e bagagem combinando. Escolha um terno completo de aluguel, numa variedade de tecidos horríveis. Escolha um "faça você mesmo", perguntando a você mesmo quem diabo você é numa manhã de domingo. Sentar naquele sofá assistindo programas esportivos que embotam a mente e amassam o espírito, enchendo a boca de comida de lanchonete. Apodrecer no fim de tudo, dando o último suspiro numa casa miserável, nada mais do que um embaraço para os filhos egoístas e degenerados que você gerou para que tomem o seu lugar. Escolha o seu futuro. Escolha a vida.
...Mas porque eu ia querer uma coisa dessas?"

(Trainspotting)

Sunday, April 02, 2006



... E eh assim q to me sentindo hj.